quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

As cheiradas do cachorro!


Publicados• 7 de dez. de 2012

    Tenho a impressão que estou há muito mais tempo aqui em Quito. Acho que deve ser porque durante toda a viagem, nas cidades onde parava, eu apenas permanecia o tempo de um pernoite. Há cinco dias que estou aqui, mas me parece que estou há um mês. Terei que ficar até segunda-feira dia que efetivamente minha moto será embarcada. O despachante pela segunda vez não manteve sua palavra quanto à data de embarque que me havia informado anteriormente. 

Quito - De dentro do escritório do despachante
Ontem eu acompanhei o encaixotamento da moto e como eu já estava prevendo, tive que ajudar a construir a caixa, pois o carpinteiro (de primeira viagem) não me convenceu quanto ao seu conhecimento no ramo, e assim, tive que interceder varias vezes para não sair muita coisa errada. Quando cheguei ao local onde o serviço estava sendo executado, a base da caixa já estava pronta a qual eram apenas dois pallet’s unidos com madeiras de frágil aparência.

Certamente questionei a construção e claro que todos disseram: No te preocupes, la base es muy resistente... Bem, após veementes afirmações, eu apenas dei risadas e fomos em frente.
Pediram-me então  para colocar a moto em cima da base e ao subir, escutei aquele ruído típico de madeira estalando (cleck, cleck) então eu pensei... No te preocupes, la base es muy resistente... eu  apenas olhei para os muchachos e silencio geral...

Lo carpintero  a la izquierda e la derecha el auxiliar del despachante
Bem, continuamos e claro que faltou madeira, pois o “carpinteiro de primeira viagem” errou no cálculo. O mesmo pegou o celular e pediu para a empresa vizinha a ele, mais algumas madeiras e assim depois de meia hora, chegaram. Para fixar as madeiras, ele estava usando uma parafusadeira   com pregos tipo rosca soberba até que a improvisada extensão elétrica feita com fio telefônico, entrou em curto circuito que quase incendiou a instalação do local. 

Agora sem a parafusadeira, a caixa foi finalizada no martelo, mas antes da finalização, apareceu no local um cara que acompanhado de um cachorro, que se pôs a passar ao fundo do pátio por entre as caixas que estavam um pouco longe de nós. O que me chamou a atenção foi o cachorro de raça labrador muito bonito, mas até ai a ficha não havia caído. Eu fiquei imaginando o que este cara estava fazendo já quase noite muito fria brincando com um cachorro entre as caixas... logo em seguida esse veio em nossa direção e ai a ficha finalmente caiu. Era o agente da aduana verificando se não havia drogas escondidas.

Ao chegar, o auxiliar do despachante informou a ele que esta era a moto a ser enviada ao Panamá e que eu era o proprietário. Este então me perguntou...
_de dónde viene?
_Brasil!
_ a dónde va?
_Panamá
_Solo?
_Sim.
_Qué marca es esta?
_És una Harley Davidson Fat boy
_¿Cuántos cc
_Mil seiscientos cc

Enquanto ocorria o interrogatório, o cachorro ficou rondando nas imediações. Terminada as perguntas, este fez o cachorro cheirar a moto toda e disfarçadamente a mim também. Eu já estava há dois dias sem tomar banho, pois no hotel em que eu estava hospedado, o chuveiro com água quente não estava funcionando e tomar banho em água a 8ºC, nem pensar. Estava vestido com a roupa de fogo (suja há uma semana) acho que por isso o cachorro não quis nem chegar perto.
O agente aduaneiro informou que estava liberado e assim prosseguimos o trabalho. Terminada a caixa esta foi envolvida em plástico e pronta para o embarque.

Conversando com o despachante, este me informou que haveriam custos aduaneiros, pois recentemente o governo mudou os procedimentos e ele não poderia informar exatamente o valor destes custos. Então eu lhe disse: 
_Não me cobraram nada para entrar no país e agora tenho que pagar para sair? _Poderia me explicar? Certamente que não! Pô... Este queria me cobrar as cheiradas do cachorro!

Bem, até domingo creio ainda terei algumas surpresas. Espero que sejam boas.
A seguir, algumas fotos do centro histórico da cidade de Quito que é muito grande e bem conservado. 

Páteo em frente a Capilla de Vera Cruz






Plaza San Blas
Aproximadamente 5% de veículos VW circulam na cidade (Saveiro, Gol, Polo, Jetta, e Fusca)

La Basilica del Voto Nacional


As distancias são informadas por tempo 



domingo, 2 de dezembro de 2012

Desastre no meio do mundo

Publicados• 2 de dez. de 2012

Ontem dia 01/12/2012 no final da tarde chegamos a Quito e como sempre ao chegar a uma grande cidade, encontramos certa dificuldade para encontrar um hotel que se enquadre em nosso perfil. Eu já havia pesquisado a localização da revenda Harley  e também um hotel que fica quase em frente a revenda e desta forma fomos perguntando e conseguimos chegar na revenda sem muita dificuldade. Em frente à revenda estavam duas pessoas que cordialmente nos cumprimentaram e assim começamos a conversar. Perguntei a um deles se a revenda ainda estava aberta e este me respondeu que não e na sequencia perguntei, a que horas no dia seguinte abriria e ele me respondeu: amanhã é domingo!
Eu me perdi no tempo, pois, a tensão de dirigir por longas distancias, o cansaço e a necessidade de chegar o mais rápido possível, creio que contribuíram para que isso acontecesse

Revisão

A pessoa com quem eu estava conversando me falou que somente em martes (terça-feira) poderia fazer a revisão em minha moto, pois, em lunes (segunda-feira) já não havia mais vaga.  Eu estava falando com o Sr. Roger, nada mais que o dono da revenda. Muito atencioso se dispôs a acompanhar-nos até o hotel Quito a cinquenta metros de onde estávamos, pois, para os proprietários de Harley havia um preço especial. Meus agradecimentos ao Sr. Roger.

Agora começaram os meus problemas. Meu tempo é curto e tenho que estar em Miami no dia 22 de dezembro. Terei que ficar aqui quatro dias, pois os tramites para embarque da moto para o Panamá deverá demorar dois dias. Hoje é domingo e não tenho muito que fazer quanto a esta questão, portanto, eu e o Pancho fomos conhecer o meio do mundo! (La mitad del mundo)

Cidade de Quito - Linha imaginária do equador




Eu estava empolgado em conhecer todo o complexo existente no local. Pagamos dois dólares para entrar. Fomos para o obelisco onde encontra-se marcada a linha do equador e durante a caminha para lá, percebi que alguma coisa me incomodava no pé esquerdo. Olhei e não vi nada e assim prossegui. Subimos ao obelisco e para isso tivemos que pagar mais três dólares por pessoa. A vista é muito bonita e é possível ver mais claramente o norte e sul simultaneamente.

Ao fundo o obelisco com marcação da linha do equador

Novamente alguma coisa de incomodou no pé esquerdo e agora com maior intensidade. Olhei e vi o salto e parte a sola de minha bota totalmente solta, um verdadeiro desastre no meio do mundo. A cada passo, um barulho tipo Ploft, Ploft fazia e assim minha intensão em conhecer todo o complexo foi para o espaço, mas foi o suficiente para fotografar alguma coisa. 

Segunda-feira logo cedo irei até a revenda tentar antecipar a revisão da moto e depois irei até a alfandega tratar do transporte da moto para o Panamá. Espero que dê tudo certo.



Mais um camarãozinho no almoço  na cidade de Quito

La mitad del mundo  - Quito