terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O reencontro com o cachorro


Publicados• 11 de dez. de 2012

Panamá City




Panamá City cidade bem cuidada. Sem pichações.

Encaixotando a Fatinha para transporte para o Panamá

Finalmente a moto foi embarcada. Levantei as 04:30h para poder acompanhar o processo de embarque e fiquei um pouco frustrado porque não me deram permissão para acompanhar a Fatinha até o avião.  Foi possível apenas acompanhar a sua retirada do galpão onde ela havia pernoitado até a saída para o setor de cargas do aeroporto.

Fatinha sendo levada para embarque
A partir daí, agora é encontra-la no Panamá. Hoje é sábado e a nova previsão que o Sr. Despachante me informou, é que ela chegará ao Panamá na madrugada de segunda feira. Sendo assim, me dirigi ao aeroporto para comprar a passagem aérea e claro que somente de ida.
Dirigi-me ao guichê da empresa aérea e solicitei uma passagem somente de ida, pois, eu apenas estava de passagem. A atendente perguntou se eu era panamenho e eu respondi que não, aí a coisa complicou...

_Sr. não podemos vender-lhe uma passagem somente de ida. O Sr. Terá que comprar a passagem de volta também! Podemos vendar passagem somente de ida só para panamenhos.
_Hahahah!
 _Senhorita, eu estou de passagem e não retornarei a Quito! Por que devo comprar a passagem de volta se não voltarei.
 _Tenho a permissão para ficar aqui por quinze dias apenas e se este prazo expirar, eu ficarei ilegalmente no país! Portanto, a lei equatoriana diz que tenho que ir embora e eu quero!
_ Sr. infelizmente não podemos fazer nada, é um procedimento da empresa.

Muito P da vida, fui até outro guichê e a resposta foi a mesma. Eu estava indignado porque eu não conseguia ver a logica nesta questão. Resolvi ir até ao serviço de auxilio ao usuário do aeroporto e aí então... a coisa ficou do mesmo jeito! A pessoa que me atendeu me disse...
_O Sr.  poderá se quiser, futuramente retornar pois a passagem tem validade de um ano. Bem, vendo que não ia conseguir nada além do que já havia sido informado, não tive alternativa e retornei ao guichê da primeira empresa e novamente com a mesma atendente.

_Srtª, quero uma passagem para o Panamá de ida e volta.
_Seu passaporte, por favor.
_Para quando deseja viajar.
_Para amanhã cedo.
_E para quando será o retorno.
­_Para o dia 09 de julho de 2013!
A atendente parou o que estava fazendo, pensou um pouco consultou o colega ao lado e logo após me disse...
_Sr. não podemos vender uma passagem com um tempo de retorno tão grande assim!
_É? Bem, então... marque o retorno para depois de amanhã!
Ela me olhou, pensou um pouco e perguntou novamente.
_Para depois de amanhã?
_Sim, para depois de amanhã!

Bem, a contragosto tive que comprar a passagem de ida e volta, mas ver a cara da atendente quando mudei o retorno de quase oito meses para o dia seguinte, valeu a pena.

Agora de passagem no bolso, e um pouco mais conformado, resolvi sacar dinheiro no caixa automático ali mesmo no aeroporto, e lá fui eu...  no primeiro caixa que encontrei com a bandeira do meu cartão eu parei e na primeira tentativa, nada. Segunda, nada e terceira também. Put’s... Meu... eu já estava de saco cheio e para não perder mais tempo, resolvi ir diretamente ao banco mais próximo.
Ao sair da frente do caixa automático tive a impressão que uma pessoa estava me observando e ao passar por perto, este falou... ­_Hi Harley! ou coisa parecida com isto, mas foi o suficiente para eu esquecer o meu mau humor. O cara também estava usando um boné da Harley igual ao meu e aí parecia que já nos conhecíamos a muito tempo. Era o Lary Biddle, um americano em viagem pelo Equador e que tem nada mais do que quatro Harley’s em sua casa nos EUA.

Apesar do meu péssimo inglês, conversamos por meia hora e claro que o tema principal foi a Harley. Ele estava indo para o lado leste do país mais precisamente para a região de florestas e ficará por lá três meses junto a tribos indígenas. O Lary me aconselhou sempre usar a gasolina com maior octanagem e nunca colocar gasolina com álcool, pois, ele não teve bons resultados em suas motos quando usou algo parecido com isso nos EUA após ficarem paradas por sete meses. Nosso tempo se esgotou, pois ele tinha que seguir o seu caminho e eu também.

Sabemos que a Harley não é tecnologicamente comparável às atuais motos japonesas, italianas e alemãs, mas certamente é um ícone conhecido no mundo inteiro que faz com que seus admiradores se identifiquem.

Retornei ao hotel e por ter acordado muito cedo, resolvi descansar e também me preparar para viajar no dia seguinte ao Panamá.
Cheguei ao aeroporto bem cedo para evitar correrias e poder embarcar tranquilamente. Faltando vinte minutos para o embarque, o gate foi alterado, porém, não foi comunicado através do sistema de áudio, e sim por um funcionário da empresa aérea diretamente às pessoas que estavam no local de espera. Eu estava sentado um pouco mais ao fundo e não consegui escutar o que o cara estava falando. De repente todos se dirigiram para outro lugar e ao ver a movimentação, deduzi que se tratava da mudança de gate. Fui atrás e quando cheguei próximo às pessoas, escutei o cara falando o meu nome ‘Pimentel’. Me dirigi a ele e disse quem eu era... ah. Sr. por favor, poderia me acompanhar, temos um problema com a sua bagagem na interpol!
Só me faltava esta! Enquanto estávamos indo, fui pensando o poderia estar errado com a minha bagagem. Será que poderia ser alguns remédios que estava levando por precaução? Fora isso não consegui imaginar mais nada. Descemos algumas escadas e entramos em um galpão onde estavam cinco ou mais agentes da policia e minha bagagem em cima de uma mesa e ao lado... um cachorro deitado ao chão igualzinho ao anterior.
Ao chegar, um deles de imediato me pediu o passaporte. O segundo me perguntou:

_O que traz na bagagem
_ Meus pertences pessoais

Este quebrou o lacre que a empresa aérea havia colocado e abriu a mala. Deu uma olhadinha de leve na parte de cima e depois na lateral sem retirar nenhum objeto. Devolveram-me o passaporte e desejaram uma boa viagem!... Eu estava tranquilo, mas ter que ficar diante destes caras, não é nada agradável.  Bem, agora era só aguardar o embarque e asta la vista Equador.
Finalmente embarquei. O avião era um Embraer 190 um pouco surrado. Eu nunca havia voado em um Embraer e apesar de ser a primeira vez, tive uma ótima impressão. A Embraer deveria construir aviões com maior capacidade e fazer frente ao Boing 737. Capacidade creio que não falta. O que será que está faltando?

O tempo passou e chegamos ao Panamá. Uma vista aérea fabulosa. Passamos próximos a entrada do canal e mais adiante aos enormes edifícios da cidade. Pensei... Por cima até São Paulo é bonita. Vamos ver se embaixo também é! Se quiserem saber, vejam as fotos e os vídeos.

Panamá City um exemplo para São Paulo...









Arquitetura ousada.