Hoje 26 de
dezembro, acordei disposto a pegar a estrada o mais cedo possível, mas, não
antes de fazer o seguro de minha moto e assim, as 08:00h da manhã eu me dirigi
à seguradora a qual ficava em um escritório ao lado da recepção do hotel em que
eu estava hospedado.
Ao chegar em
frente à porta da seguradora, pude ver que no escritório estavam duas pessoas.
Bati na porta e pedi licença para entrar e um Sr. que estava sentado atrás de
uma escrivaninha autorizou a minha entrada e antes e de qualquer coisa, este
mandou-me sentar e aguardar. Enquanto esperava, fiquei observando a escrivaninha
repleta de coisas típicas de escritório tais como: pastas empilhadas,
grampeadores de papel, porta retratos blocos de papel, canetas e outras coisas
que já não me lembro, mas o que eu certamente não esquecerei, foi a quantidade
de dinheiro espalhado na em cima da mesa que o homem estava contando. Procurei
não ficar olhando muito, pois fiquei um pouco sem jeito em ter que ficar ali
sentado observando a cena. Após uns dois minutos, ele parou de contar o
dinheiro e resolveu me atender. Era um Sr. já de com uma certa idade que a
princípio tive a impressão de não ser muito amistoso porque ao dizer a ele em
espanhol que eu precisava fazer um seguro para a minha moto, este me olhou com
uma cara de poucos amigos e gesticulou
dando entender que não havia entendido nada. O outro funcionário que estava ao
lado, traduziu para ele o que eu havia dito e a partir daí começamos a nos
entender pois este passou a falar em espanhol. Bem já que ele resolveu falar em
espanhol, eu resolvi continuar falando também, pois, com o meu inglês a coisa
iria demorar muito tempo, e tempo, era o que eu não tinha mais.
Após alguns minutos
eu já me sentia um pouco mais a vontade, pois, estávamos nos entendendo e pude
até falar brevemente sobre minha viagem, mas, ouvi o que eu não queria ouvir; a
Seguradora Samborn fazia seguro somente para motos americanas ou mexicanas.
Neste momento,
minha esperança de seguir até Miami com minha moto, desapareceu e imediatamente
o plano B entrou em operação.
Retornei ao
meu quarto juntei as malas, paguei o hotel e me preparei para ir em direção ao
Storage que eu havia visto ao lado da rodovia dois dias atrás quando estava
transitando pela HW77 momentos antes de sem querer, encontrar o endereço da
seguradora Samborn que assim, me fez desistir de seguir para Miami sem seguro.
Já em cima da
moto pronto para sair, notei que um conector do chicote que instalei para
servir como tomada de força para minha jaqueta com aquecimento elétrico,
começou a entrar em curto circuito à medida que eu o movimentava. Tive que desmontar
toda a bagagem, retirar o banco da moto e com muito cuidado desconectar o
chicote da bateria para não causar algum dano ao sistema elétrico. Eu podia
tê-lo removido em definitivo, porém, como eu ainda não tinha certeza que
conseguiria deixar a moto guardada no Storage, ainda existia uma possibilidade
de continuar a viagem de moto e por isso, resolvi consertar o conector, pois, eu
tinha que estar preparado para enfrentar temperaturas baixas se fosse o caso. O
conector que eu havia comprado na Santa Ifigênia, não teve conserto, e isto me
fez perder mais tempo. Eu estava decidido que tinha que consertar aquele conector
apesar de não ter um novo, e foi aí que eu encontrei a solução. Minha jaqueta
tem vários conectores que são utilizados para liga-la à calça e luvas que fazem
parte do conjunto, porém, como eu não tinha a calça, removi o conector da
jaqueta e o substituí pelo que havia quebrado. Com isto o tempo passou e já era
quase meio dia quando definitivamente fui em direção ao Storage.
Eu tinha certa
noção de sua localização, mas nem sempre você encontra ruas e avenidas
que dão acesso ao local que deseja chegar, sendo assim, tive uma certa
dificuldade para chegar ao Storage e em uma das tentativas, acabei entrando em
um bairro residencial com casas bonitas em terrenos amplos, sem cercas e muito
bem cuidadas, mas, o que mais me chamou a atenção é que em muitas casas, seus
proprietários hasteiam a bandeira americana.
Eu tenho quase certeza que o
motivo não é por causa do jogo de football
da seleção americana, mas sim, pelo orgulho que o povo americano tem de seu
país. Juro que eu gostaria de ter motivos para hastear a bandeira brasileira em
frente à minha casa. Alguém aí poderia me dizer um único motivo que justifique
hasteá-la?
Bandeiras hasteadas, seria por causa do jogo? |
Bem, saindo em
direção ao Storage e após uns quinze minutos rodando pela cidade, finalmente o
encontrei.
Portão de entada do Storage |
O lado leste do Storage |
Ao entrar, fui
cordialmente atendido e para minha surpresa, em menos de quinze minutos toda a
documentação ficou pronta. Por setenta dólares ao mês, eu aluguei um box
fechado e com tamanho suficiente para guardar minha moto com muita segurança.
Início da preparação para hibernar por oito meses |