quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Bandeiras hasteadas


 Publicados• 8 de ago. de 2013

Hoje 26 de dezembro, acordei disposto a pegar a estrada o mais cedo possível, mas, não antes de fazer o seguro de minha moto e assim, as 08:00h da manhã eu me dirigi à seguradora a qual ficava em um escritório ao lado da recepção do hotel em que eu estava hospedado.
Ao chegar em frente à porta da seguradora, pude ver que no escritório estavam duas pessoas. Bati na porta e pedi licença para entrar e um Sr. que estava sentado atrás de uma escrivaninha autorizou a minha entrada e antes e de qualquer coisa, este mandou-me sentar e aguardar. Enquanto esperava, fiquei observando a escrivaninha repleta de coisas típicas de escritório tais como: pastas empilhadas, grampeadores de papel, porta retratos blocos de papel, canetas e outras coisas que já não me lembro, mas o que eu certamente não esquecerei, foi a quantidade de dinheiro espalhado na em cima da mesa que o homem estava contando. Procurei não ficar olhando muito, pois fiquei um pouco sem jeito em ter que ficar ali sentado observando a cena. Após uns dois minutos, ele parou de contar o dinheiro e resolveu me atender. Era um Sr. já de com uma certa idade que a princípio tive a impressão de não ser muito amistoso porque ao dizer a ele em espanhol que eu precisava fazer um seguro para a minha moto, este me olhou com uma cara de poucos amigos  e gesticulou dando entender que não havia entendido nada. O outro funcionário que estava ao lado, traduziu para ele o que eu havia dito e a partir daí começamos a nos entender pois este passou a falar em espanhol. Bem já que ele resolveu falar em espanhol, eu resolvi continuar falando também, pois, com o meu inglês a coisa iria demorar muito tempo, e tempo, era o que eu não tinha mais.
Após alguns minutos eu já me sentia um pouco mais a vontade, pois, estávamos nos entendendo e pude até falar brevemente sobre minha viagem, mas, ouvi o que eu não queria ouvir; a Seguradora Samborn fazia seguro somente para motos americanas ou mexicanas.
Neste momento, minha esperança de seguir até Miami com minha moto, desapareceu e imediatamente o plano B entrou em operação.
Retornei ao meu quarto juntei as malas, paguei o hotel e me preparei para ir em direção ao Storage que eu havia visto ao lado da rodovia dois dias atrás quando estava transitando pela HW77 momentos antes de sem querer, encontrar o endereço da seguradora Samborn que assim, me fez desistir de seguir para Miami sem seguro.
Já em cima da moto pronto para sair, notei que um conector do chicote que instalei para servir como tomada de força para minha jaqueta com aquecimento elétrico, começou a entrar em curto circuito à medida que eu o movimentava. Tive que desmontar toda a bagagem, retirar o banco da moto e com muito cuidado desconectar o chicote da bateria para não causar algum dano ao sistema elétrico. Eu podia tê-lo removido em definitivo, porém, como eu ainda não tinha certeza que conseguiria deixar a moto guardada no Storage, ainda existia uma possibilidade de continuar a viagem de moto e por isso, resolvi consertar o conector, pois, eu tinha que estar preparado para enfrentar temperaturas baixas se fosse o caso. O conector que eu havia comprado na Santa Ifigênia, não teve conserto, e isto me fez perder mais tempo. Eu estava decidido que tinha que consertar aquele conector apesar de não ter um novo, e foi aí que eu encontrei a solução. Minha jaqueta tem vários conectores que são utilizados para liga-la à calça e luvas que fazem parte do conjunto, porém, como eu não tinha a calça, removi o conector da jaqueta e o substituí pelo que havia quebrado. Com isto o tempo passou e já era quase meio dia quando definitivamente fui em direção ao Storage.
Eu tinha certa noção de sua localização, mas nem sempre você encontra ruas e avenidas que dão acesso ao local que deseja chegar, sendo assim, tive uma certa dificuldade para chegar ao Storage e em uma das tentativas, acabei entrando em um bairro residencial com casas bonitas em terrenos amplos, sem cercas e muito bem cuidadas, mas, o que mais me chamou a atenção é que em muitas casas, seus proprietários hasteiam a bandeira americana.


Bandeiras hasteadas, seria por causa do jogo?

Eu tenho quase certeza que o motivo não é por causa do jogo de football da seleção americana, mas sim, pelo orgulho que o povo americano tem de seu país. Juro que eu gostaria de ter motivos para hastear a bandeira brasileira em frente à minha casa. Alguém aí poderia me dizer um único motivo que justifique hasteá-la?
Bem, saindo em direção ao Storage e após uns quinze minutos rodando pela cidade, finalmente o encontrei.

Portão de entada do Storage

Estacionei a moto e me dirigi ao escritório e na porta havia uma placa informando que estavam em horário de almoço e sendo assim, eu fui também comer alguma coisa nas proximidades. Ao retornar, na porta do escritório havia outra placa informando “Volto Logo”. O tempo estava passando e eu ficando cada vez mais impaciente por não ter definido os próximos passos até aquele momento. Não demorou muito e finalmente a atendente chegou. Durante o tempo em que demorei em sair do estacionamento até ao escritório, imaginei muitas coisas que poderiam acontecer e entre elas, talvez o custo alto ou até mesmo não aceitarem guardar moto que não fosse americana ou mexicana.

O lado leste do Storage
Ao entrar, fui cordialmente atendido e para minha surpresa, em menos de quinze minutos toda a documentação ficou pronta. Por setenta dólares ao mês, eu aluguei um box fechado e com tamanho suficiente para guardar minha moto com muita segurança. 

Início da preparação para hibernar por oito meses


Pronta para hibernar por oito meses até agosto de 2013