Hoje 24 de dezembro de 2012 com quasse duas semanas de atraso, cheguei aos EUA na cidade de Brownsville no Texas. Muitos
fatores causaram todo este atraso os quais certamente eu não havia previsto ou
até mesmo nem haviam passado por minha cabeça.
Se alguém estiver planejando algo
parecido, reserve duas semanas para documentação nas aduanas e para o transporte
de seu veículo (moto), seja do Equador ou da Colômbia para o Panamá.
Quando cheguei à fronteira entre
o Brasil e o Peru, os tramites para entrada no país não demoraram mais do que
quarenta minutos e no Equador demorou um pouco mais por causa da exigência de
um seguro o qual é feito em uma seguradora distante três quilômetros da aduana.
No Equador tive que contratar um
despachante para fazer a documentação e providenciar o transporte de minha moto
para o Panamá aí a onda de atrasos começou. No primeiro contato que tive com o
despachante, perguntei-lhe para quando seria possível embarcar a moto e este me
respondeu que seria possível no dia seguinte caso iniciássemos os tramites imediatamente.
Fiquei empolgado com a eficiência do despachante e certamente contratei o
serviço. Bem, no dia seguinte o cara me informou que a empresa aérea havia lhe
informado que o embarque seria para o próximo domingo. Fiquei muito nervoso,
pois estávamos numa segunda-feira e assim a enrolação foi adiante onde até o
desembarque no Panamá se passaram oito dias.
Nas aduanas seguintes, Costa
Rica, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Guatemala, tudo o que puder imaginar
de malandragem, falta de vergonha e exploração ao turista, você encontrará.
Em uma destas aduanas, onde é
comum não haver nenhuma orientação ao turista, que me pareceu ser proposital,
cheguei a um galpão onde mais parecia um depósito de transportadora
caracterizada por muita sujeira e um ambiente desagradável.
Ao chegar, perguntei a pessoa que
estava no local onde eu poderia fazer a documentação e esta me respondeu que em
breve eu seria atendido. Sentei em um banco improvisado que havia no local e
fiquei esperando. Após uns vinte minutos sem sinal de qualquer ação por parte
do eficiente funcionário, resolvi perguntar para um segurança que estava no
local e este mostrou-se muito prestativo e deu-me informações sobre os
procedimentos. Muito comum, é a exigência de cópias dos documentos e quando
perguntei-lhe onde eu poderia tirar as benditas cópias, este me disse que seria
a quase quinhentos metros do local onde estávamos.
Ao me dirigir em direção ao local
informado, o segurança me chamou e disse que iria me ajudar tirando as cópias
no escritório de atendimento do eficiente funcionário o qual havia-me dito que
em breve eu seria atendido.
Após alguns minutos, o segurança retornou
e me entregou as cópias e também me ajudou a preencher um formulário. Eu fiquei
agradecido pela ajuda e para recompensá-lo, de espontânea vontade e disfarçadamente,
tirei cinco dólares de minha carteira e tomando muito cuidado para que ninguém
visse, tentei entregar a ele. Para minha surpresa, este me disse que não
aceitaria, pois todo o serviço prestado no local era sem custo.
Fiquei meio sem jeito, pois eu
não esperava este comportamento exemplar do segurança. Após alguns minutos, este
me entregou a documentação e me disse que precisava conferir o numero da placa
e chassi da moto e assim nos dirigimos para onde ela estava estacionada.
Enquanto nos dirigíamos ao estacionamento ele me disse... _Agora eu posso
aceitar a gratificação, pois estamos fora do alcance das câmaras.
Com os papéis em mãos, tive que
ir a uma casinha que mais parecia um banheiro publico e esperar a boa vontade e
dois funcionários que não aparentavam nenhuma vontade de trabalhar. Bem, eu cheguei
ao local as 18:00h e saí as 23:00h.
Nas demais aduanas a coisa não
foi muito diferente com exceção da Costa Rica.
No México não houve qualquer
problema, e o que me deixou perplexo foi a necessidade de fazer um depósito
caução no valor de quatrocentos dólares para poder circular com minha moto pelo
território mexicano. Isto contribuiu ainda mais para ultrapassar o limite do
meu cartão. Foram rápidos em sem qualquer complicação, exceto no momento em que
me apresentei na saída do país, o atente me solicitou três cópias de meu
passaporte e quando as entreguei, este carimbou o passaporte e me devolveu as
cópias que havia pago um dólar. Não entendi, e resolvi não questionar, pois eu
estava muito apreensivo e preocupado com a próxima etapa, a entrada nos EUA.
Meu dinheiro havia acabado quando cheguei à cidade de Puebla no México, o meu anjo da guarda, o Schneider,
me ajudou emprestando mil pesos para que eu pudesse chegar até a fronteira com
os EUA. Eu tinha dinheiro, porém em cartão Global
Travel American e no México, não encontrei nenhum banco que tinha
coligação com a American, e assim, acabei ficando sem dinheiro. Meus sinceros agradecimentos
ao Schneider pela hospedagem, pelo empréstimo e pela paciência em andar comigo pela cidade à procura de um banco que aceitasse o cartão Global travel.
Minha preocupação era com os
custos que poderiam haver para a entrada nos EUA, pois me restavam trinta dólares
no bolso. Eu poderia utilizar o meu catão de crédito, mas eu não sabia até
quando, pois o limite já havia sido ultrapassado e a qualquer momento o cartão
poderia ser bloqueado. Ao acessar a aduana dos EUA em uma edificação de
primeiro mundo, o oficial me pediu o passaporte e após os devidos registros me
indicou o próximo local para dar continuidade ao processo. Estacionei a moto e
outro oficial verificou minha bagagem e novamente me indicou para onde ir.
Desta vez, para um edifício muito bonito e claro com instalações muito bem
cuidadas. Esperei não mais do que quinze minutos e fui atendido. Meu passaporte
foi carimbado e na sequencia o mesmo oficial pediu-me para me dirigir ao guichê
ao lado para pagar uma taxa. Neste momento fiquei muito preocupado, pois eu tinha
apenas trinta dólares e um cartão de crédito em vias de ser bloqueado. Retirei
o cartão de crédito e entreguei-o para o oficial e este me devolveu perguntando
se não tinha dinheiro em espécie. Pensei... Agora ferrou. Perguntei... _Quanto?
e ele respondeu..._Seis dólares. Put’s... que alivio. Paguei e perguntei qual
seria o próximo passo para fazer a documentação de minha moto. Ele respondeu...
_ Nada mais. Isto é tudo. _Você deverá fazer um seguro de sua moto em uma
seguradora na cidade e boa viagem. Coisas de primeiro mundo!
E assim entrei na cidade de
Brownsville. Fiquei sem palavras. Parei e fiquei observando
a paisagem pois a ficha ainda não havia caído. Cara! você chegou!!! Veja ... você chegou! Eu não conseguia pensar... Olhei para o chão, olhei para o céu, olhei para minha moto e aos poucos eu me convenci... realmente cheguei lá!
Esta viagem não foi feita em trinta e quatro dias, mas sim, em quarenta anos, pois, em minha adolescência eu comecei a sonhar e me preparar para fazê-la. Agradeci a Deus por permitir chegar ao meu destino sem qualquer problema e a todos que me acompanharam até aqui.
Bem, agora que eu já havia me convencido que eu realmente havia chegado... eu estava sem combustível e com apenas vinte e quatro dólares no bolso e assim tive que ir ao primeiro posto de combustível. Seja o que Deus quiser. Ao chegar ao posto, eu já sabia que não havia frentista, porém, eu não sabia como era o procedimento. Perguntei para uma mulher que estava abastecendo o seu carro e ela me orientou.
Esta viagem não foi feita em trinta e quatro dias, mas sim, em quarenta anos, pois, em minha adolescência eu comecei a sonhar e me preparar para fazê-la. Agradeci a Deus por permitir chegar ao meu destino sem qualquer problema e a todos que me acompanharam até aqui.
Universidade de Brownsville - Texas |
Bem, agora que eu já havia me convencido que eu realmente havia chegado... eu estava sem combustível e com apenas vinte e quatro dólares no bolso e assim tive que ir ao primeiro posto de combustível. Seja o que Deus quiser. Ao chegar ao posto, eu já sabia que não havia frentista, porém, eu não sabia como era o procedimento. Perguntei para uma mulher que estava abastecendo o seu carro e ela me orientou.
Fui ao caixa dentro de uma espécie de mini
mercado e lá deixei meu cartão de crédito e um documento. Indiquei qual bomba
ia utilizar e lá fui eu. Abasteci e retornei ao caixa. O pagamento com o cartão
foi efetivado e me senti um pouco aliviado, mas, restava ainda o saque no caixa
automático. Enquanto esperava na fila para pagar o abastecimento, ao olhar para o lado, vi um caixa
automático com a bandeira American Express e pensei...Acho que estou salvo. Me dirigi a ele, olhei
para a cara dele e tentando entender o seu funcionamento e após
alguns segundos, introduzi o cartão e esperei aparecer alguma informação na tela
e nada. Retirei e inverti a posição do cartão e nada! Tentei varias vezes e sem
sucesso. Bem... acho que agora a vaca foi pro brejo. Mesmo assim eu ainda pensei
que pelo fato de não conhecer o funcionamento do caixa automático, eu poderia
estar fazendo alguma coisa errada e resolvi pedir ajuda para a balconista a qual me informou que o caixa estava quebrado. Depois dessa, eu vi
novamente uma luz no fim do túnel.
Fui procurar uma seguradora para
fazer o seguro da moto e logo adiante encontrei, porém, faziam seguros apenas
para motos mexicanas e americanas. Perguntei ao atendente onde poderia
encontrar uma seguradora que aceitasse fazer um seguro para a minha moto
brasileira e este me indicou uma empresa na Highway 77 a cinco quadras de onde
estávamos passando por baixo da ponte, Bajada Ruben Torres três quilômetros adiante
no restaurante do Tony Romas na empresa Samborn ao lado.
Mais perdido do que cego em
tiroteio, lá fui eu. Tentei e não encontrei nada. Parei em outro posto e
resolvi comer alguma coisa e pensar o que fazer. É comum ter caixa automático
nos postos de abastecimento e neste, o caixa não estava quebrado, então, mais uma
tentativa. Introduzi o cartão, coloquei minha senha, solicitei o valor e após
eternos dez segundos o dinheiro foi liberado. Arri égua. Estou salvo!!!
Hotel em Brownsville, Texas |
Na fila para acessar a aduana americana |
Primeiro abastecimento em território americano |
Lá fui eu. Entrei na rodovia e ao
rodar uns dois quilômetros, na via lateral eu vi um Storage e parei no
acostamento para observar se havia um acesso, pois eu queria saber o custo
mensal do aluguel de um depósito para guardar minha moto pois talvez eu iria precisar.
Como não havia acesso, resolvi
seguir e quinhentos metros adiante encontrei o acesso para Bajada Rubens
Torres, o restaurante Tony Romas e a Seguradora Sanborn. Sem querer encontrei o endereço que o cara da seguradora havia me dado. Já que eu a havia encontrado, resolvi fazer o seguro pois seria uma preocupação a menos.
Entrei no escritório e disse ao atendente que precisava
fazer um seguro para minha moto e este me informou que a seguradora ficava no escritório na porta ao lado, porém, por ser véspera de natal estava fechado.
A recepção na qual eu estava pertencia ao hotel. Bem, já que eu estava em um hotel, resolvi ficar hospedado ali mesmo, pois, eu estava muito cansado por ter circulado por uma cidade desconhecida como todas as outras que passei, porem, a euforia por ter conseguido chegar aos USA, consumiu um pouco mais as minhas forças. Agora tenho que planejar a próxima etapa. Tenho que me encontrar com meu filho que está me esperando em Miami e não sei se vou conseguir chegar lá antes de seu retorno para o Brasil. São quase tres mil quilômetros que terei de rodar em tempo record de tres dias ou guardar a moto em um Storage e seguir de avião até Miami. A seguradora está fechada e sómente após o natal poderei fazer o seguro para prosseguir... Bem... vou descançar e depois pensarei o que fazer.
A recepção na qual eu estava pertencia ao hotel. Bem, já que eu estava em um hotel, resolvi ficar hospedado ali mesmo, pois, eu estava muito cansado por ter circulado por uma cidade desconhecida como todas as outras que passei, porem, a euforia por ter conseguido chegar aos USA, consumiu um pouco mais as minhas forças. Agora tenho que planejar a próxima etapa. Tenho que me encontrar com meu filho que está me esperando em Miami e não sei se vou conseguir chegar lá antes de seu retorno para o Brasil. São quase tres mil quilômetros que terei de rodar em tempo record de tres dias ou guardar a moto em um Storage e seguir de avião até Miami. A seguradora está fechada e sómente após o natal poderei fazer o seguro para prosseguir... Bem... vou descançar e depois pensarei o que fazer.
Puebla - México. Casa do Schneider |
Casa de cambio na cidade de Mata Morros - Fronteira com os USA - Brownsville Texas |
O por do sol chegando na cidade de Mata Morros fronteira com os USA |
Morzão,
ResponderExcluirEmocionante!!!!
Santo Schneider!!!!
Pais de primeiro mundo é outra coisa, né?
O bom disso tudo é que vc loguinho estará em casa.
Um Feliz Natal!!
Beijos, saudades.
Te amo!!
Oi Morr.
ExcluirSeu comentário foi respondido, mas não sei o que aconteceu que não apareceu.
Em breve estarei por aí, mas ainda tenho 2.500 km pela frente e o embarque da moto para o Brasil.
Beijão
Te amo.
Agora que vc chegou ao primeiro mundo (ufa!) fica fácil dar uma chegadinha ao Alaska. Fica tranquilo que já negociamos um BH campeão pra vc. Nos vemos na Páscoa. Amyr Clink mandou-lhe um abreço!rsrsrs
ResponderExcluirFala Alfredão!
ExcluirCertamente ficará mais fácil, pois as estradas aqui são excelentes.Por favor, providencie. Precisarei de um BH de seis meses... hahah
Um grande abraço pra você e um pro Amir também!
Saudações do Texas.
Pai, Feliz Natal!
ResponderExcluirEstou na casa da vó com a Erika. Estamos muito felizes pelo sucesso da sua viagem, apesar do coração apertado sempre esperando por notícias suas.
Agora, trate de aproveitar e voltar para o Brasil.
Segue palavras da minha vó: "Que alívio que você chegou! Agora volta para casa!!!!!".
E o Thomas? Você já encontrou??? Vai atrás desse garoto porque ele tá fazendo um estrago com cartão de crédito!!! kkkkk
Segura a fera!!!!
Bjo, te amamos!
Oi Mi!
ExcluirEm breve voltarei.
Ainda não encontrei o Erick pois tive que ficar aqui no Texas para fazer um seguro da moto para depois prosseguir viagem até Miami. A seguradora abrirá amanhã.
O Thomas me ligou e fixará lá até eu chegar.
Ainda tenho mais 2.500 km pela frente e três dias de viagem e uma batalha para embarcar a moto para o Brasil ou deixá-la guardada aqui até o ano que vem.Farei o que ficar mais fácil.
Um beijão para todos aí
Dr. Pimentel, boa tarde.
ExcluirNão me canso de ler seus comentários sobre sua viagem, da maneira que você escreve parece até que estamos vivenciando os fatos ao seu lado.
Desejo a você e sua família um ano novo repleto de novas realizações, muita saúde, paz e que você traga muitas fotos e mais estórias de aventura.....
Att.
Junior
Dr. Pimentel,
ResponderExcluirFico muitpo feliz em ver seu sonho se realizando.
Junior
Olá Mestre Junior.
ResponderExcluirMuito obrigado. Fico muito feliz em ter você aqui.
Grande abraço e Feliz Ano Novo com muita paz e saúde para você e a todos os seus.
Pimentel
Pai, onde vc está?
ResponderExcluirOi Mi.
ExcluirEstou em Miami,cheguei ontem.
Voltarei domingo.
Beijão. Te amo.
oi e aiiiii ja mandei umas tres mens que não foram sei la porque tem um amigo meu o Rafael Bannos esta em miami e vai ficar ate dia 02 se quiser falar com ele ou precisar de algo poem se falar aiii ele ta sepre por aiii Abraços bom final de viagem que tudo de certo aiiiiii Abraço depois muitas cervejas pra me contar tudo em ohh perverso tel dele 11 97653969 cara legal
ResponderExcluirFala Meu!
ResponderExcluirEstou numa correia tremenda. Muita coisa pra arrumar.Vou retornar domingo e não terei tempo para mais nada. Teremos que tomar muitas cervejas, heheh.
Abraço.